Importância da fauna para o equilíbrio ecológico

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De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo. Especificamente sobre os animais, no território nacional já foi catalogada a presença de mais de 116 mil espécies de vertebrados e invertebrados que estão espalhadas pelos seis biomas terrestres e três ecossistemas marinhos. Contudo, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estima que esse número chegue a 137 mil. 

Conforme o MMA, esse dado expressivo indica que a diversidade aqui encontrada representa mais de 20% do total de espécies de animais terrestres e aquáticos do planeta. Entretanto, nos últimos anos, por conta dos impactos ambientais decorrentes de interferência humana, a ameaça à fauna está em constante crescimento. Não é à toa que o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, do ICMBio, revela que 1.173 espécies nativas podem desaparecer da natureza. Dentre as ameaças, a caça, a pesca e o comércio ilegal são outros propulsores para tal situação. Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), anualmente no Brasil, 38 milhões de animais silvestres são retirados de seus habitats naturais para serem comercializados ilegalmente, sendo que 9 a cada 10 animais traficados morrem antes de chegar ao consumidor final. Esse mercado, apesar de ser uma ameaça ambiental, movimenta 2 bilhões de dólares por ano e, atualmente, é a terceira atividade ilegal do mundo, ficando atrás somente do tráfico de armas e drogas, respectivamente.  

Outras ameaças, que são alertadas pela ViaFauna, são os atropelamentos, os quais levam a óbito cerca de 17 animais por segundo nas estradas e rodovias brasileiras, e a inserção de espécies exóticas nos biomas nacionais, que competem pelos mesmos recursos naturais com a fauna nativa. 

 

Importância da fauna nativa 

A contribuição dos animais para o equilíbrio ecológico é indiscutível. A fauna participa não apenas da manutenção das matas, mas também de sua renovação. Nos ecossistemas florestais, muitos animais, como as antas e os muriquis, são importantes dispersores de sementes que possuem maiores chances de germinarem, gerando novas plantas e mantendo a floresta em pé. Já morcegos, abelhas e outros insetos são importantes polinizadores, essenciais para a reprodução de diversas espécies vegetais, muitas delas com grande relevância econômica. Desta forma, a redução ou ausência da fauna na natureza levam à uma desregulação ambiental em série, afetando todas as formas de vida na terra. 

 

Sobre a Mata Atlântica, de acordo com o livro 30 anos de Conservação do Hotspot de Biodiversidade da Mata Atlântica: desafios, avanços e um olhar para o futuro, publicado pela Fundação SOS Mata Atlântica, a diversidade animal é de 2.416 espécies de vertebrados no bioma, sendo 861 de aves, 625 de anfíbios, 300 de répteis, 321 de mamíferos e 309 de peixes. No entanto, essa excepcionalidade não inibe a ameaça imposta. O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, que apresenta a lista da fauna presente em categorias de ameaça a nível nacional, destaca que o bioma possui o maior número de espécies em perigo, isto é, do total de animais em risco de extinção no país, 50,5% estão presentes na Mata Atlântica. Além disso, 38,5% são nativos desta floresta. 

 

A fauna nativa do LA 

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), a Mata Atlântica abriga 383 dos 633 animais que correm risco de desaparecerem do bioma. 

O Legado das Águas (LA), maior reserva privada de Mata Atlântica do país, já registrou em seu território 809 espécies de fauna nativa. Do total, 60 estão ameaçadas de extinção. Isso significa que a Reserva é a casa de 15,6% dos animais em perigo encontrados nesta floresta, sendo um importante território para a conservação de espécies, muitas delas endêmicas. 

Uma delas é o muriqui-do-sul, maior primata das Américas e considerado criticamente em perigo pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, da International Union for Conservation of Nature (IUCN), isto é, uma posição de atenção na escala de graus de ameaça (que inclui espécies pouco preocupantes, espécies não avaliadas, espécies cujos dados são insuficientes, espécies quase ameaçadas, vulneráveis, em perigo, criticamente ameaçadas, e extintas na natureza). 

No Legado, há a presença de, aproximadamente, 100 muriquis, ou seja, cerca de 10% da população total da espécie vive aqui. Desta forma, no fim de 2019, a Reserva foi classificada como uma Área Prioritária Global para a conservação do muriqui-do-sul. A indicação foi conferida pela IUCN e agora, oficialmente, o local é um polo mundial de pesquisas sobre essa espécie de macaco. 

Abaixo, você confere um dos registros já feitos de muriqui no LA, bem como fotografias de outras espécies da fauna presente na Reserva. 

 

Hoje, Dia da Defesa da Fauna, te convidamos a repensar a grande importância que os animais têm na manutenção da vida terrestre, e em como você pode promover sua defesa. 

Lembre-se, o fomento do equilíbrio ecológico é um ciclo e nós também fazemos parte dele! 

 

* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.

  

  

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