Árvores e seu papel fundamental para a manutenção da vida

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Arquivo Legado das Águas

Você sabia que, em meados de 1500, a exploração econômica de uma espécie de árvore nativa da Mata Atlântica foi tão marcante que deu origem ao nome do nosso Brasil? Isso mostra que, além do papel fundamental para a manutenção da qualidade de vida da população, as árvores também possuem relevância icônica na história do nosso país. 

Além de contribuir com a redução do efeito estufa e melhorar a qualidade ar, por meio do sequestro de carbono e emissão de oxigênio para a atmosfera através do processo de fotossíntese, as árvores auxiliam na manutenção dos solos e servem como refúgio para a fauna.

Com objetivo de proporcionar um momento de reflexão e sensibilização acerca do papel fundamental da flora, no dia 21 de setembro, comemora-se o Dia da Árvore. A data antecede o início da primavera no hemisfério sul e incentiva o plantio e revitalizações de áreas verdes nos centros urbanos.

Alinhado aos propósitos do Dia da Árvore, existe o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15 – Vida Terrestre, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Uma de suas metas é a promoção da gestão sustentável das florestas, ou seja, estimular o combate ao desmatamento e promover o reflorestamento global, por exemplo. 

Apesar das várias iniciativas que buscam fomentar o cuidado com o meio ambiente, a degradação dos ecossistemas e a redução das áreas florestais ainda persistem como grandes ameaças para o nosso futuro. O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica, revela que, entre 2019 e 2020, houve um crescimento de 14% da devastação do bioma em comparação com período entre 2017 e 2018. Somente no estado de São Paulo, o desmatamento cresceu 400%. 

 

Ameaça às espécies nativas

Mesmo fornecendo serviços ambientais essenciais para a garantia da continuidade e qualidade da vida na terra, de acordo com o relatório State of the Word’s Trees, elaborado pela Botanic Gardens Conservation International, 30% das espécies de árvores do mundo (estimadas em 60 mil) correm risco de extinção. 

O Brasil, que possui as florestas mais biodiversas do planeta, ocupa a segunda colocação no ranking de nações com flora arbórea mais ameaçada, ficando atrás apenas de Madagascar. Isso significa que, das 8.847 espécies nativas, 1.788 podem desaparecer, reduzindo em 20% a biodiversidade de árvores conhecidas no país.

Este cenário se torna ainda mais crítico à medida que os indicadores de desmatamento se revelam crescentes. O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, feito pelo MapBiomas, mostra que só em 2020, a cada segundo, 24 árvores foram derrubadas no país, representando um aumento de 14% no desmatamento nacional. 

Arquivo Legado das Águas

 

Destaque no Legado das Águas

No Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, existe uma Figueira centenária, a Figueira-brava (Ficus glabra), que possui cerca de 40 metros de altura e 21 metros de circunferência de tronco. Há mais de 200 anos, essa árvore fornece alimento e abrigo para a fauna da reserva, além de possuir milhares de plantas epífitas sobrevivendo em seus galhos. Ela também contribui para manter o solo estável, evitando erosões que podem levar ao assoreamento e contaminação dos recursos hídricos. Esses serviços ajudam na manutenção da flora e fauna nativa que ainda resta na região do Vale do Ribeira, interior de São Paulo.

*Você pode conferir a lista com espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Florestas, clicando aqui.

 

Arborização Urbana

Em ambientes urbanos, as árvores desempenham um papel essencial para garantir a qualidade de vida da população. 

De acordo com a Associação dos Ex-Alunos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ADEALQ), a arborização urbana começou a ser desenvolvida por volta do século XV, na Europa, mas só tornou-se um ato comum a partir do século XVII. As cidades pioneiras foram Londres, na Inglaterra, e Paris, na França. Já no Brasil, a primeira cidade a adotar a prática de arborização foi Recife, no século XVII.

Os principais serviços que a presença da flora nas áreas urbanas proporciona são: melhoria da qualidade do ar, redução das temperaturas e da velocidade dos ventos, formação de sombras, redução dos níveis de ruídos e poluição da atmosfera, assim como proteção e alimento aos animais, sobretudo, as aves.

Arquivo Legado das Águas

 

A conscientização acerca do valor das árvores e de toda flora é primordial para a defesa do meio ambiente e garantia dos recursos necessários para manutenção da qualidade de vida das gerações presentes e futuras. Pensando nisso, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Registro fará um Workshop sobre Arborização Urbana do Vale do Ribeira nos dias 21 e 22 de setembro para debater o assunto. 

 

21/09 (terça-feira)

– Palestra 1 (Live 1): “A importância da educação paisagística na formação do futuro arborista”- Prof. Dr. Marcelo Vieira Ferraz- Unesp Registro / Coordenador da Pós-graduação em Paisagismo da Unesp.

– Palestra 2 (Live 2): “É possível as cidades se planejarem para ter arborização?” – Flavio Pereira Telles – Diretor Regional Sudeste da SBAU

– Palestra 3 (Live 3): “Tecnologias digitais aplicadas à gestão da arborização urbana” – Marcelo Machado Leão- Pesquisador Universidade de São Paulo. CEO e Founder Arbolink 

 

22/09 (quarta-feira)

– Palestra 4 (Live 4): “Técnicas de produção de mudas no sistema Root Maker e as características para a escolha de uma boa muda de árvore” – Adriano Peres Ribeiro – Biólogo e representante comercial da Fábrica de Árvores.

– Palestra 5 (Live 5): “O uso de espécies nativas da Mata Atlântica na arborização urbana” – Alessandro Reinaldo Zabotto – Doutorando UNESP – Co-fundador Cidades & Natureza

– Palestra 6 (Live 6): “A importância da arborização urbana e sua gestão na administração pública” – Paulo Trigo Ferreira – Arquiteto Teto Arquitetura Sustentável

**Confira a programação completa, clicando aqui.

 

O evento será transmitido TV Unesp no link tv.unesp.br/live. Não perca!

 

* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.

 

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