Rios, o ouro azul do planeta
Ao desempenhar papéis cruciais em diversas esferas, desde o fornecimento de água potável até a sustentação de ecossistemas, os rios são mais que um recurso natural, eles são sinônimo de vida. No Brasil, não é diferente. O país possui a maior reserva de água doce do planeta e as contribuições dos rios são diretas para o desenvolvimento econômico e social da população.
Especialmente na Mata Atlântica, o WWF Brasil revela que é estimado que os rios presentes no bioma, como o Paraná, Tietê, Paraíba do Sul e Ribeira do Iguape, abasteçam a casa de mais de 120 milhões de pessoas, por isso, discutir a relevância desses rios nos leva a refletir sobre a interconexão entre a natureza e as comunidades que dela dependem.
Rio Juquiá
A Mata Atlântica é essencial para a saúde dos rios. A vegetação nativa atua como um filtro natural, ajudando a manter a qualidade da água e a regular o ciclo hidrológico. As árvores e plantas que cercam os rios absorvem a água da chuva, evitando a erosão e a sedimentação que podem entupir os cursos d’água e prejudicar a vida aquática.
Tendo em vista tais benefícios, água é dos rios é, sem dúvida, um dos recursos mais preciosos do mundo. Em muitas regiões os rios podem ser a principal fonte de água potável para a população, subsistência para a fauna e flora local e sinônimo cultural de uma localidade. O Rio Juquiá é exemplo disto. Ele nasce da junção do rio Açungui com o rio Juquiá-Guaçu e desemboca no rio Ribeira de Iguape, percorrendo cerca de 210 quilômetros e é de suma importância para a cidade Juquiá, que atrai muitos turistas pelos esportes de aventura praticados em suas águas e tem comunidades ribeirinhas e pescadores que tiram o sustento do rio.
O nome “Juquiá” vem do tupi e dentre os significados está “rio sujo”, mas não tem relação com sujeira – o Rio Juquiá é considerado um dos mais limpos do Estado de São Paulo –, e sim com as águas do rio que são escuras.
Presente no Legado das Águas, a maior reserva privada de Mata Atlântica do país, o Rio Juquiá é muito importante para a biodiversidade local, sendo essencial para peixes que nadam em sua extensão, bem como para outras espécies que matam a sede, se refrescam ou buscam refúgio em suas águas. Além disso, ele é fundamental para o ecoturismo da Reserva, já que atividades como canoagem e rafting acontecem nele, e para o abastecimento do Legado, uma vez que a água consumida e usada no restaurante, pousada e no Centro de Biodiversidade, por exemplo, vem do Rio Juquiá.
Os rios, como o Juquiá, não são apenas cursos de água; são veias pulsantes da natureza, que fornecem vida, alimento e cultura. Por isso, valorizá-los e protegê-los são passos fundamentais para a construção de um futuro mais justo e equilibrado, onde a natureza e as comunidades possam prosperar em harmonia.
* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.