Projeto lança catálogo de plantas melíferas do Vale do Ribeira

 em SALA DE IMPRENSA

Publicação apresenta 40 espécies que fornecem néctar para a produção de mel 

Apicultores da Apivale (Associação dos Apicultores do Vale do Ribeira) passaram a contar com um catálogo que apresenta 40 espécies de árvores e arbustos abundantes na região, e um calendário floral de todas elas. A publicação é uma ferramenta que auxiliará no planejamento, contribuindo na identificação dos melhores períodos de safra para produtos apícolas. O material foi produzido pela Ambiens Jr. – empresa júnior de consultoria e soluções ambientais do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) – Campus Sorocaba, em parceria com o Legado das Águas – maior reserva privada de Mata Atlântica do país –, por meio do projeto Mel do Vale, edição 2022.  

Além dos apicultores da Apivale, o material em versão digital, lançado recentemente, está disponível para download gratuito clicando aqui 

De acordo com a universitária Bianca Cristina de Oliveira, integrante da Ambiens Jr. e coordenadora do Projeto Mel do Vale na Edição 2022, o catálogo reúne o potencial da flora local que fornece néctar para a produção de mel pela abelha Apis mellifera. O conteúdo foi elaborado a partir de levantamentos florísticos dos Parques Estaduais Jurupará, Intervales, Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e Carlos Botelho, assim como do Legado das Águas. O critério, segundo Bianca, foi incluir as espécies que aparecem em pelo menos três dos parques. 

São plantas como a guaçatonga-preta, pau-pólvora e sangue-de-dragão, com floradas durante a maior parte do ano, que aparecem ao lado de outras com poucos meses de floração, como candeia, café-do-mato e olho-de-cabra. O material também destaca características das abelhas nativas, de espécies como a jataí, mandaguari, borá e mandaçaia.   

A coordenadora explica que o material poderá ser utilizado pelos apicultores para melhorar a produtividade da associação e otimizar recursos.  “Os apicultores têm muito conhecimento prático sobre a produção de mel. A nossa contribuição foi apoiá-los com a ciência e profissionalização, fortalecendo o grande potencial que associação tem de expandir sua produção. O catálogo com o calendário é resultado dessa soma. Agora, eles podem se programar para comprar o alimento e fazer manutenções dos equipamentos em épocas de menos florada, por exemplo”, complementa.  

Bianca também diz que o material pode contribuir para a valorização da flora local. “O Vale do Ribeira está inserido no maior e mais bem preservado contínuo de Mata Atlântica do país, com uma enorme variedade de espécies, o que favorece diferentes atividades produtivas sustentáveis, como a apicultura. No material, reunimos essas informações de modo que valorize a flora e, ao mesmo tempo, favoreça a produção de produtos apícolas”, disse a estudante.  

 

Parceria fortalecida 

O trabalho da nova fase do Mel do Vale também englobou a confecção de uma cartilha, elaborada a partir de entrevistas realizadas com os produtores. 

O material contém informações relacionadas à importância das abelhas e da polinização, em diferentes âmbitos da sociedade e da natureza, como conservação e economia, assim como valoriza o papel dos apicultores, com a elaboração de atividades de integração entre o manejo de abelhas com o meio ambiente. A intenção é que o material seja replicado pela associação, divulgando os benefícios conservacionistas da apicultura, ser útil para apresentar o trabalho deles a proprietários de terras com quem podem fazer parcerias para produção de mel, mostrando os benefícios, já que muitos deles não possuem terras próprias para a instalação das caixas para colmeias.  

De acordo com Daniela Gerdenits, gerente do Legado das Águas, o Projeto Mel do Vale é uma complementação ao trabalho já finalizado em 2021, realizado por meio do programa Redes Para o Desenvolvimento Sustentável (ReDes), em parceria com o Instituto Votorantim e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O objetivo da iniciativa foi de contribuir com geração de renda e desenvolvimento aos produtores da região.  

Para Daniela, o Projeto Mel do Vale, em parceria com a Ambiens Jr., trouxe benefícios para todos. “É uma relação de ganha-ganha. Aos estudantes, foi uma oportunidade para realizar atividades práticas impactantes para o portfólio deles. Já aos apicultores, novos conhecimentos e ferramentas que podem gerar benefícios diretos na produtividade e crescimento da associação. Para o Legado das Águas foi uma forma de fortalecer o nosso relacionamento com os apicultores, diversificando as formas de apoio”, comemora a gerente.  

O Legado das Águas e a Ambiens Jr. também desenvolvem outros projetos em parceria, como o “Aves do Vale do Ribeira” e “Protetores da Floresta”.  

 

Uma nova história para a apicultura da região 

Joaquim Coelho Filho, presidente da Apivale, lembrou que a parceria, iniciada em 2017 com o Legado das Águas transformou a história da Apivale. “Naquela época, a Casa do Mel estava em situação precária e não tínhamos condições de reformá-la. O apoio alavancou a produção e venda de mel, além de abrir portas para outras parcerias, com a prefeitura e o Sebrae”, disse o apicultor, referindo-se ao Programa ReDes, em que a associação recebeu apoio para melhorar a infraestrutura da associação, além de apoio técnico e insumos.  

Segundo ele, essa nova iniciativa traz mais motivação para o grupo. “O catálogo nos incentiva ainda mais a buscar novos mercados, apresentar essas informações a proprietários de terrenos para fazermos parcerias, pois muitos apicultores não têm sua própria área para produzir. Só temos a agradecer essa ajuda”, finaliza Filho.  

No ano passado, a associação atingiu o recorde de produção, com 14 toneladas de mel silvestre, e, agora, o grande objetivo da associação é obter o selo do SISP (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal), do governo do estado de São Paulo, abrindo a perspectiva de participar de concorrências públicas para venda de mel e ampliando a geração de renda.  

Foto: Projeto Mel do Vale

 

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim 

O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Área de 31 mil hectares divididos entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, interior do estado de São Paulo, que alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas a atividades da nova economia, como a produção de plantas nativas e o ecoturismo. Foi fundado em 2012 pelas empresas CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Votorantim Energia. É administrado pela Reservas Votorantim LTDA. e mantido pela Votorantim S.A, que também em 2012, firmou um protocolo com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar a criação da Reserva e garantir a sua proteção. Mais do que um escudo natural para o recurso hídrico, o Legado das Águas trata-se de um território raro e em estágio avançado de conservação, com a missão de estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável. Saiba mais em https://www.legadodasaguas.com.br  

 

Informações à Imprensa Legado das Águas 

Agência Terra Comunicação 

Laila Rebecca | lailarebecca@agenciaterracomunicacao.com  | 55 (12) 9 9686-3436 

 

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