Mata Atlântica: o hotspot de biodiversidade brasileiro                             

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Em 1500, quando os portugueses chegaram à costa do Brasil, ficaram diante de uma extensa floresta, a Mata Atlântica, que cobria mais de 1 milhão e trezentos mil quilômetros quadrados, ou seja, aproximadamente 15% do atual território brasileiro. Hoje, passados cinco séculos, restam apenas 24% de sua mata original, sendo que somente 12,4% do bioma são de florestas maduras e conservadas, o que faz da Mata Atlântica um dos cinco “hotspot de biodiversidade” mais ameaçados do mundo.

Mas afinal, o que é hotspot?

Um “hotspot de biodiversidade” é uma área com uma alta concentração de biodiversidade, isto é, que abriga uma grande variedade de espécies de fauna e flora, sobretudo nativas. Além disso, são florestas que tendem a enfrentar significativas ameaças.

A Mata Atlântica foi reconhecida como “hotspot de biodiversidade” em 2000, visto o número de espécie exclusivas presentes em sua extensão e devido ao desaparecimento de grande parte de sua cobertura florestal.

Legado das Águas | Foto: Andrei Pires

A Mata Atlântica está presente em 17 estados, sendo lar para 72% dos brasileiros, desta forma, encontrar o equilíbrio entre conservação dos recursos naturais e o desenvolvimento urbano, onde vive cerca de 145 milhões de habitantes, é desafiador.

O bioma é composto por diferentes tipos de vegetação, chamadas de fitofisionomias, que variam de norte a sul e do litoral para o interior conforme a temperatura, altitude, pelas peculiaridades do relevo e solos de cada região.

A Mata Atlântica é considerada um patrimônio nacional pela Constituição Federal de 1988, não à toa, uma de suas árvores nativas, o pau-brasil (Paubrasilia echinata), deu origem ao nome do nosso país.

Mais do que casa para uma infinidade de biodiversidade, o bioma também é essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico, o qual impacta diretamente a vida humana. Sua floresta desempenha um papel crucial na regulação dos recursos hídricos, já que atua como uma esponja gigante, absorvendo a água da chuva e liberando-a gradualmente ao longo do tempo, com isso, contribui com a prevenção de inundações e erosões, e mantém os rios e córregos fluindo mesmo durante os períodos de estiagem, garantindo o abastecimento de água para milhões de pessoas.

A Mata Atlântica também é imprescindível para a mitigação das mudanças climáticas, uma vez que é um dos principais sumidouros de carbono do mundo, visto que suas árvores absorvem dióxido de carbono da atmosfera e o armazenam em sua biomassa, ajudando a reduzir o aquecimento global e estabilizar o clima.

Legado das Águas | Foto: Andrei Pires

Mata Atlântica do Legado das Águas

Em razão de sua grande importância, foi sancionada em 2006, a Lei da Mata Atlântica, a qual rege políticas públicas relacionadas à proteção e conservação do bioma, além de regulamentar a exploração de sua floresta, desde que não a prejudique.

Ciente da relevância da Mata Atlântica, o Legado das Águas, a maior reserva privada do bioma no Brasil, faz uso múltiplo de sua área e fomenta ainda mais a proteção de sua floresta, que possui 75% de mata em alto grau de conservação, o que representa quase 1% do bioma restante no Estado de São Paulo.

Além disso, o Legado atua como guardião de espécies nativas, algumas em algum grau de ameaça. Especificamente sobre os animais, a reserva abriga 13,05% das espécies que estão em perigo de extinção no bioma, reforçando assim seu compromisso com a proteção da biodiversidade atlântica.

A Mata Atlântica não é apenas um hotspot de biodiversidade; é um tesouro natural inestimável que merece nossa proteção e conservação. Sua extraordinária variedade de espécies e ecossistemas desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico regional e global, além de fornecer uma ampla gama de serviços ecossistêmicos essenciais para a vida terrestre.

 

Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.

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