Legado das Águas: 10 anos provando o valor da floresta em pé!

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Para muitos, manter uma floresta em pé e desenvolver negócios são coisas excludentes. No entanto, há 10 anos, o Legado das Águas comprova que é possível gerar valor compartilhado mantendo 31 mil hectares de Mata Atlântica em alto grau de conservação. 

Fundado pelas empresas Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), NEXA, Votorantim Cimentos e Auren, o Legado é hoje uma referência nacional em gestão de ativos ambientais. Através do uso responsável de seu território, a Reserva já beneficiou, direta e indiretamente, mais de 40 mil pessoas com ações socioambientais e geração de emprego e renda. 

Foto: Luciano Candisani

 

Modelo de negócio

O Legado é administrado pela Reservas Votorantim, que tem como modelo de negócio o uso múltiplo do território, onde garante-se a conservação da área e de sua biodiversidade, ao mesmo tempo em que há o desenvolvimento de atividades da nova economia que sejam benéficas para a empresa e para a sociedade. Essa forma de atuação é sinérgica ao conceito ESG (sigla inglesa para “environmental, social and governance”, em português “ambiental, social e governança”), que norteia boas práticas de negócios e investimentos para instituições públicas e privadas. E está dando certo!

 

Resultados

Dentre os resultados mais expressivos do Legado das Águas, está a geração de conhecimento público científico por meio de pesquisas científicas. Em 10 anos, o Legado fez parceria com 47 instituições, o que proporcionou ótimos resultados e descobertas ecológicas de suma importância, como:

– Antas albinas: em seu território há a presença de duas antas albinas, carinhosamente chamadas de Gasparzinho e Canjiquinha. Possivelmente, são as únicas do mundo que vivem livres na natureza;

– Muriqui-do-sul: abriga o terceiro maior grupo populacional de muriquis-do-sul, assim, é reconhecido pela União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como Área Prioritária Global para conservação desta espécie de macaco;

– Espécies ameaçadas: é casa de 13,5% de todas as espécies de animais nativos da Mata Atlântica que estão em algum grau de ameaça;

– Orquídeas: em seu território, houve a redescoberta da orquídea Octomeria estrellensis, considerada extinta há mais de 50 anos no Estado de São Paulo. Além disso, foi identificada a presença de uma nova espécie da planta, nomeada como Lepanthopsis legadensis, em sua homenagem.

Atualmente, o Legado representa quase 1% dos 22,9% de remanescentes da Mata Atlântica do Estado. Sua área em alto grau de conservação não é importante somente para o abrigo de biodiversidade endêmica, mas também para o equilíbrio ecossistêmico. Sua floresta contribui assiduamente com a mitigação do aquecimento global e mudanças climáticas, uma vez que estoca em seu território 10 milhões de toneladas de carbono (CO2), segundo o Inventário de Carbono do Legado. 

Outro destaque é o uso responsável do território com o Ecoturismo. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), anualmente, o ecoturismo cresce 20%. Especificamente no Brasil, o Ministério do Turismo indica que antes da pandemia de Covid-19, a busca por essa modalidade na internet correspondia a 10%. Agora, esse percentual é de 54%, sendo um dos atrativos de lazer mais procurados. Esse interesse reflete diretamente nos resultados do Legado. 

A Reserva é um dos únicos destinos do país que possui infraestrutura necessária para receber turistas no coração da Mata Atlântica. Atualmente, 15 atrações guiadas compõem o catálogo de atividades do local. Trilhas, banho em cachoeiras, canoagem e rafting são exemplos das opções que atendem todos os gostos e tipo de público, desde aqueles mais aventureiros até as pessoas que possuem limitações físicas. 

 

Com o Centro de Biodiversidade, o Legado das Águas contribuiu com a restauração florestal de diversas localidades de Mata Atlântica, além de desenvolver projetos paisagísticos para ambientes urbanos que priorizam a flora nativa. Em 2020, um importante passo foi dado com a inauguração do Pátio Caeté em São Paulo, uma iniciativa da Reservas Votorantim para atender o mercado de paisagismo com o fornecimento de insumos, plantas diversas e árvores de espécies nativas dos biomas brasileiros.

 

Na biotecnologia, o Legado detém o maior banco genético de flora da Mata Atlântica do mundo, que pode ainda resultar na descoberta de ativos de interesse para as indústrias de cosméticos, perfumaria e farmacêutica. 

Outro avanço foi a realização de negócios envolvendo compensações ambientais para arrendamento de reserva legal, provendo uma solução para proprietários rurais, que nesse modelo, se tornam parceiros da conservação do Legado das Águas.

Todas as frentes de trabalho da Reserva, como as ações sociais e de educação ambiental, possuem conexão com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que são diretrizes para a atuação de empresas e organizações públicas e privadas até 2030. O Legado integra os ODS em 100% de sua operação, publicando um relatório que mede a efetividade do modelo de negócio, aliando prioridades de atuação, indicadores, compromissos e metas do negócio aos ODS.

“Esses são alguns dos muitos resultados desses últimos anos. O Legado das Águas completa 10 anos no dia 5 de junho, que também é o Dia do Meio Ambiente. Para um dos biomas mais ameaçados do planeta, temos muito a comemorar”, finaliza David Canassa.

Foto: Andrei Pires

Nestes 10 anos, o Legado das Águas conservou, cuidou e propagou a importância da Mata Atlântica. Foi uma década de trabalho árduo, muitos desafios e inúmeras conquistas. Para os próximos anos, espera-se que um legado melhor seja construído e que o valor da floresta em pé seja reafirmado ainda mais. 

Viva o Legado das Águas. Viva a Mata Atlântica!

 

* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.

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