Descubra a importância de cultivar mudas nativas da Mata Atlântica
A Mata Atlântica está presente em 17 estados brasileiros, o que representa 15% do território nacional. No entanto, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, o bioma já perdeu quase 90% de sua área original, ou seja, a floresta que abriga a maior biodiversidade do mundo, só possui 12,4% da vegetação nativa, uma grande ameaça ecológica.
Em 2017, o governo federal instituiu a Política Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg), cujo objetivo é articular, integrar e promover políticas e ações que recuperem, ao menos, 12 milhões de hectares das florestas nativas, até 2030.
A restauração da flora desmatada possui benefícios ambientais, econômicos e sociais. De acordo com Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), reestabelecer a ciclagem de nutrientes, conservar os recursos hídricos e regularizar o clima das regiões, bem como o processo de polinização são exemplos de serviços ecossistêmicos que podem impulsionar a economia, gerando riquezas, postos de trabalho e renda, e melhorar a qualidade de vida da sociedade.
Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica
Um dos caminhos para minimizar e ajudar na recuperação da flora da Mata Atlântica é produzir e cultivar plantas nativas. Esse é o trabalho do Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica (CBMA) do Legado das Águas.
Anualmente, o viveiro tem capacidade para produzir cerca de 200 mil mudas de 136 espécies diferentes. Contudo, o foco de cultivo está em 51 tipos de plantas, como Clusia (Clusia criuva), Orelha de onça (Pleroma clavatum), Quaresmeirinha (Pleroma fothergillii), Manacá da serra (Pleroma raddianum) e Juçara (Euterpe edulis).
Maria Angélica Szymanski, coordenadora do CBMA, explica que o início da produção começa com a coleta de frutos e/ou sementes. “Durante a coleta, é realizada a identificação da árvore matriz que fica registrada no banco de dados do viveiro, com algumas informações necessárias, como localização e características; e são colhidos os frutos. É importante manter parte destes frutos na mata, a fim de não interferir na propagação da espécie e alimentação da fauna, que também pode atuar como agente dispersor.”
Nas estruturas do viveiro os frutos são triados e limpos, momento em que são obtidas as sementes, que são preparadas para serem semeadas ou armazenas para uma semeadura posterior. O processo é cuidadoso visto a peculiaridade de cada espécie, já conhecida pela equipe. Após a germinação, as plântulas e futuras mudas passam por algumas etapas. “Elas se desenvolvem passando por setores com controles de luminosidade e irrigação. Esses ambientes buscam proporcionar o ambiente similar à mata nativa com condições ideais de água, nutriente e sombreamento”, esclarece Maria Angélica.
Cada planta tem um desenvolvimento, então de acordo com seu avanço, ela é transferida para os diferentes setores de iluminação e irrigação a fim chegar ao ambiente externo “rustificada” e pronta para o plantio em condições mais adversas e não controladas. Basicamente, a planta é preparada para sobreviver em um ambiente diferente do seu habitat natural, como as cidades.
Além de produzir mudas nativas da Mata Atlântica, O CBMA também atua em outras frentes. “O Viveiro de plantas nativas do Legado das Águas, evoluiu ao longo do tempo de maneira a não somente produzir plantas, mas iniciar novos conhecimentos sobre o desenvolvimento de espécies não conhecidas, encontrando novos nichos e oportunidades na utilização sustentável dos recursos naturais. Tal ampliação crescente e contínua de conhecimento está ligada ao desenvolvimento de pesquisas e parcerias que envolvem flora e fauna. O CBMA abrange ainda projetos de restauração florestal, sejam em cumprimento de termos de compromisso ou reflorestamento voluntários, recuperando assim áreas degradadas”, destaca a coordenadora.
Rastreabilidade
O diferencial das plantas nativas do CBMA é a restreabilidade, ou seja, é possível verificar todo o caminho que a planta fez até ser disponibilizada para compra. Esse procedimento era feito manualmente, porém, em parceria com a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), PariPassu, Zebra Technologies e 3M, passou a ser automatizado.
Maria Angélica explica que o processo de rastreamento começa com a identificação da “árvore mãe”, onde são colhidas informações importantes para futura identificação da árvore matriz, como coordenadas para localização, porte e aparência da planta, observações que podem, inclusive, serem valorosas para avaliar a produção e qualidade das sementes.
Feito isso, as mudas recebem um QRCode que contém todos os dados da planta, bem como sua origem e etapas de produção. Essas informações podem ser acessadas a qualquer momento, por exemplo, através do celular. “Assim, justifica-se a importância do processo de rastreabilidade, que acaba por garantir a procedência das sementes e origem da matriz”, enfatiza Maria Angélica.
*Você pode conferir mais informações sobre o processo de rastreabilidade clicando aqui.
Pátio Caeté
No final de 2020, o Legado das Águas ganhou um centro de distribuição de suas plantas na capital paulista: o Pátio Caeté, marca da Reservas Votorantim com operação da Giovanna Paisagismo.
“O Patio Caeté aproxima a população paulista à mata nativa que ali habitava, mostrando toda a riqueza, diversidade e beleza das nossas plantas. É um local de valorização do nativo, do que é nosso, mostrando o importante papel que podemos ter ao contribuir para a preservação dessas espécies através de projetos paisagísticos ricos em plantas nativas”, conta Maria Angélica.
O Pátio Caeté também reúne mudas nativas de outros biomas, como Amazônia, Cerrado e Caatinga. O objetivo do local é ser uma opção viável e atrativa para o mercado paisagista de São Paulo, uma vez que, a cidade usa mais de 90% de plantas exóticas para o paisagismo urbano.
**Você pode conferir mais informações sobre o Pátio Caeté clicando aqui.
Ficou interessado em adquirir mudas do Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica ou do Pátio Caeté? Então entre em contato conosco por e-mail: contato@legadodasaguas.com.br ou envie sua mensagem para o WhatsApp: 11 97278-3855.
Cultive um pedacinho da Mata Atlântica você também!
* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.