Aprenda a reciclar seu lixo orgânico através da compostagem

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Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), mais de 50% do total de lixos urbanos gerados no Brasil são orgânicos, ou seja, materiais que se degradam espontaneamente, fornecendo insumos para o ciclo de nutrientes do solo, caso estejam em ambientes equilibrados. No entanto, o processo de decomposição desses resíduos, quando dispostos em locais inadequados, além de facilitar a proliferação de vetores de doenças, podem causar diversos danos ao meio ambiente. O chorume gerado como subproduto da decomposição (líquido escuro, composto por matéria orgânica e substâncias altamente poluentes), por exemplo, é capaz de contaminar o solo, águas subterrâneas e rios. Além disso, a decomposição do material orgânico de forma não controlada pode elevar a quantidade de gás metano emitido durante o processo, contribuindo para o efeito estufa da atmosfera. Mas como proporcionar o destino ideal para esses resíduos?

O procedimento comumente utilizado para reciclagem de materiais orgânicos é a compostagem, um método de degradação controlada que acontece de maneira aeróbia, isto é, com a presença de oxigênio. Nessa técnica, o intuito é reproduzir condições ideais como umidade, carbono e nitrogênio para ajudar e estimular a decomposição dos resíduos de modo seguro. Como resultado, temos o chamado composto orgânico, que pode ser usado como um adubo natural. 

De acordo com o “Manual de Compostagem Doméstica com Minhocas”, elaborado pelo Composta São Paulo, a compostagem moderna foi difundida no Ocidente através de pesquisas do agrônomo inglês Albert Howard, que é chamado de “pai da agricultura orgânica”. 

 

Compostagem com minhocas

Também conhecida como vermicompostagem ou minhocultura, a compostagem com minhocas nada mais é do que transformar os resíduos orgânicos em adubo com a ajuda desses anelídeos. O processo resulta em dois compostos: o sólido, conhecido com húmus de minhoca, e o líquido, que também é chamado de chorume, porém, quando produzido em composteira, não se torna tóxico e pode ser usado como biofertilizante ou pesticida. 

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), estima-se que no mundo há mais de oito mil espécies de minhocas. Só no Brasil, são conhecidas cerca de 240 a 260 tipos. Entretanto, o órgão indica que a mais utilizada em composteiras é a Vermelha-da-Califórnia, uma vez que essa minhoca consegue se adaptar facilmente em tal ambiente, tem grande capacidade de produção de húmus e se reproduz velozmente. 

 

 

Compostos orgânicos

Reciclar o lixo orgânico domiciliar através da compostagem favorece a diminuição da quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários e, consequentemente, a redução da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e a perda de novas áreas destinadas à criação de mais aterros sanitários. Além disso, auxilia no cuidado de jardins e ajuda quem tem horta residencial a produzir alimentos de qualidade com insumos naturais. 

A EMBRAPA revela que, na minhocultura, os anelídeos são capazes de assimilar 40% das matérias orgânicas ingeridas e excretar 60% de húmus, que são ricos em sais minerais e absorvidos facilmente pelas plantas. 

Outros benefícios do produto são:

– Acelera os processos de resgate biológico do solo;

– Restringe a quantidade de adubos químicos no solo;

– Aumenta a fertilidade do solo e pode ser usado em todos os cultivos;

– Não prejudica o meio ambiente.

*Dica: se seu jardim e/ou horta já estiver formado, coloque o húmus ao redor das plantas e alimentos que estão sendo cultivados. Moderadamente, regue-os para os nutrientes descerem para a terra e assim, liberar os nutrientes do adubo gradualmente. 

 

Em relação ao composto líquido, se misturado com outros resíduos, o chorume se torna tóxico e poluente. Porém, quando o chorume é resultante da compostagem, torna-se um ótimo biofertilizante e pesticida. 

Para utilizá-lo como desenvolvedor das plantas ou combater os possíveis patógenos delas, é preciso recolher o líquido semanalmente e mistura-lo com água em uma proporção de 1 para 10 (1 parte de chorume para 10 partes de água). Você pode fazer a biofertilização do solo e borrifar o líquido nas folhas das plantas a cada dez dias. 

 

E aí? Bora fazer uma composteira? Recicle os resíduos orgânicos que produz e promova a saúde do meio ambiente. Ele agradece!

 

* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.

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