Após mais de 100 anos sem ser vista, borboleta é encontrada em reserva no Vale do Ribeira

 em SALA DE IMPRENSA

Espécie exclusiva da Mata Atlântica é uma das mais raras do gênero Adelpha 

Indivíduo descoberto na Reserva é o único do mundo em coleção biológica e ajudará a ciência a compreender a espécie 

Adelpha herbita_Ilustração científica 1907

Quase uma lenda, por mais de um século, a borboleta Adelpha herbita era conhecida apenas por uma ilustração científica de 1907. O exemplar que foi utilizado para o desenho, uma fêmea da espécie, é considerado perdido. Desde então, a borboleta nunca mais foi vista, até ser registrada no Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Com a Adelpha herbita, o Legado soma o terceiro importante registro para pesquisa sobre borboletas na Mata Atlântica. 

O registro aconteceu em 2019. Mas foi em 2022, com a publicação do livro Borboletas do Legado das Águas, que o Laboratório de Borboletas (LABBOR) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entrou em contato com a pesquisadora Dra. Laura Braga, autora do livro e responsável pela pesquisa com borboletas no Legado das Águas, para informar que aquele seria o único indivíduo de Adelpha herbita em coleção biológica no mundo. 

O exemplar estava na coleção do Legado das Águas, concedido pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em 2022 para fins de educação e divulgação científica. Devido à importância científica, a Reserva e a pesquisadora acordaram em doar o exemplar para o LABBOR, laboratório referência no estudo de borboletas no Brasil. 

A descoberta é fruto da pesquisa “Levantamento da Fauna de Lepidoptera (Borboletas) do Legado das Águas” realizada de 2016 a 2019. Daniela Gerdenits, gerente do Legado das Águas, diz que o registro da Adelpha herbita reforça a importância do território da Reserva para as espécies da Mata Atlântica. 

“Quando soubemos que em nossa coleção biológica estava o único indivíduo da espécie no mundo, não hesitamos em fazer a doação, compreendendo o impacto positivo para a ciência e para a conservação da Mata Atlântica. Desde a criação do Legado das Águas, em 2012, investimos em pesquisas científicas, o que resultou em descobertas que estão entre as mais relevantes para o bioma nos últimos 10 anos. O registro da Adelpha herbita é mais um deles, reforçando o valor do território do Legado, e a relevância do nosso modelo de negócio, que alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas a atividades da nova economia”, diz a gerente. 

O encontro da Adelpha herbita na Reserva encerrou um mistério de 116 anos para ciência, que chegou a classificar essa borboleta como outra espécie do gênero Adelpha, devido às características do corpo e pela ausência de outros indivíduos em coleções biológicas para confirmação da espécie

A pesquisadora Dra. Laura Braga conta que a única imagem da Adelpha herbita era essa ilustração científica, uma obra detalhada e em cores feita por Gustav Weymer, taxonomista (profissional que descreve espécies) alemão, especialista em borboletas da América do Sul. Porém, o indivíduo que foi coletado em Santa Catarina e usado para descrição, chamado de “tipo” pela ciência, nunca foi localizado em nenhuma coleção no mundo. 

 

Coleção biológica

O indivíduo encontrado no Legado das Águas hoje compõe a coleção biológica do Museu de Diversidade Biológica da Unicamp, uma das mais importante do país. De acordo o coordenador do LABBOR (o laboratório de estudos de borboletas da Unicamp), o professor doutor André Victor Lucci Freitas, a presença do único exemplar da Adelpha herbita contribuirá para o avanço na compreensão da espécie e amplia a relevância da ciência no Brasil. 

“Coleções biológicas fornecem informações valiosas e indispensáveis para o progresso da ciência. Por mais de 100 anos, a falta de um exemplar depositado em uma coleção zoológica deixou uma enorme lacuna de conhecimento. O indivíduo da Adelpha herbita junta-se a outros da coleção que possuem enorme importância para o estudo das borboletas, não só no Brasil como no mundo”, conclui Freitas. 

 

Diversidade e borboletas raras 

Esse é o terceiro importante registro de borboletas no Legado das Águas. Os outros dois foram da Godartiana byses, único registro para o Estado de São Paulo, da Prepona deiphile deiphile, que havia sido avistada apenas duas vezes no Estado, nos anos de 1950 e 2000. Além desses importantes registros, durante a pesquisa, foram catalogadas 350 espécies na Reserva, somente do gênero Adelpha foram 13.  Os detalhes da pesquisa e das borboletas registradas estão no livro “Borboletas do Legado das Águas”, disponível gratuitamente para download. 

 

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim

O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Área de 31 mil hectares divididos entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, interior do estado de São Paulo, que alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas a atividades da nova economia, como a produção de plantas nativas e o ecoturismo. Foi fundado em 2012 pelas empresas CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Votorantim Energia. É administrado pela Reservas Votorantim LTDA. e mantido pela Votorantim S.A, que também em 2012, firmou um protocolo com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar a criação da Reserva e garantir a sua proteção. Mais do que um escudo natural para o recurso hídrico, o Legado das Águas trata-se de um território raro e em estágio avançado de conservação, com a missão de estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável. Saiba mais em https://www.legadodasaguas.com.br

 

Informações à Imprensa Legado das Águas

Agência Terra Comunicação

Laila Rebecca | lailarebecca@agenciaterracomunicacao.com  | 55 (12) 9 9686-3436

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