Raízes da Sustentabilidade: a importância das plantas na conservação dos Solos

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Não é segredo para ninguém que as plantas nativas são fundamentais para o equilíbrio ecológico. Mas, em relação a conservação do solo, você sabe qual é a importância delas?

As plantas possuem um papel crucial para a saúde do solo, uma vez que desempenham uma série de funções vitais que sustentam a fertilidade e a estabilidade dele e, em troca, o solo alimenta e protege as plantas, ou seja, é uma conexão mútua e benéfica para ambos.

Com suas raízes profundas, a vegetação age como guardiã, segurando o solo firmemente e protegendo-o contra a erosão, que pode ser causada pelo vento e pela água. Além disso, contribui para a melhoria estrutural do solo, aumentando sua porosidade e facilitando a infiltração de água e a circulação de ar. Isso, por sua vez, promove a atividade microbiana e a absorção de nutrientes pelas plantas, o que faz elas terem um crescimento saudável.

E não para por aí.

Quando as plantas morrem e se decompõem, liberam nutrientes de volta ao solo, enriquecendo-o e sustentando a vida vegetal subsequente. Esse ciclo contínuo de nutrientes é fundamental para manter a fertilidade do solo em ecossistemas naturais.

Legado das Águas | Foto: Luciano Candisani

Outra colaboração imprescindível é que as plantas fornecem habitat e alimento para inúmeros organismos presentes no solo, promovendo a biodiversidade e a resiliência ecológica. Contudo esse cenário está em perigo.

Segundo um relatório da Convenção da Organização das Nações Unidades para o Combate à Desertificação (UNCCD), a de gradação do solo já atinge 40% da superfície terrestre e afeta negativamente a vida de metade da população global, além de ameaçar mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Mas o que fazer para conter esse avanço? A resposta está na manutenção da floresta em pé e restauração de áreas desmatadas.

 

Manutenção e conservação

Os solos mundo afora abrigam mais de 25% da biodiversidade do planeta, sendo um importante catalizador de gases poluentes e ótimo armazenador de carbono. Mantê-lo saudável e coberto por vegetação é uma necessidade não só ambiental, mas também social, uma vez que sua degradação favorece eventos climáticos extremos e pode afetar uma área do tamanho da América do Sul até 2050.

Tendo em vista esta importância, além da manutenção florestal, a restauração ecológica também emerge como uma oportunidade de fortalecimento das estratégias para a promoção da conservação do solo. No Brasil, por exemplo, mais de 79 mil hectares já foram restaurados, dos quais 74 mil se concentram na Mata Atlântica.

Mas quais plantas utilizar para restaurar uma área? As nativas.

As plantas nativas são essenciais para a recuperação de ecossistemas degradados devido à sua adaptação às condições locais. Ao contrário das espécies exóticas, elas crescem em harmonia com o clima, solo e outros fatores ambientais de sua região, ou seja, têm uma melhor capacidade de estabelecimento em ambientes vulneráveis, ajudando a estabilizar o solo, promover a ciclagem de nutrientes e atrair uma diversidade de vida selvagem.  Além disso, ao recuperar a saúde da área, as plantas nativas fornecerem serviços ecossistêmicos importantes como polinização, purificação da água e do ar, além de contribuírem com regulação climática, evitando assim desastres naturais.

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É inegável que as plantas são peças-chave na conservação dos solos e na manutenção da saúde dos ecossistemas. Ao conservá-las podemos garantir não apenas a estabilidade dos solos, mas também a prosperidade de todos os seres vivos que dependem desse recurso fundamental, incluindo os seres humanos. Por isso, investir na proteção florestal é promover um futuro sustentável para todos.

 

Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.

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