Botânica: qual a importância?

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Hoje, 17 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Botânica, mas afinal, você sabe qual é a importância desta área?  

A palavra botânica vem do grego “botané”, que significa planta. Desta forma, esse segmento da biologia tem como objetivo estudar as plantas, as algas e os fungos.   

 

Botânica brasileira 

O Brasil é o país que abriga a maior biodiversidade do mundo, sobretudo quando o assunto é plantas. Os primeiros registros sobre a flora nacional remontam o século XVI, quando os portugueses chegaram à América do Sul. Contudo, foi somente no final do século XVIII, que houve a primeira publicação sobre o tema em solo brasileiro: a Flora Fluminensis, um levantamento da flora do Rio de Janeiro do Frei José Mariano da Conceição Vellozo. Todavia, foi o século XIX que começou a marcar de fato a história da botânica brasileira a qual conhecemos, através da Missão Austríaca (1817 – 1835), comitiva de naturalistas que acompanhou a Princesa Leopoldina ao Brasil e que explorou cientificamente o país. Dentre os estudiosos estava o botânico Carl Friedrich Philipp von Martius, que escreveu a obra Flora Brasilienses, considerada até hoje a publicação mais completa sobre a biodiversidade de vegetais brasileiros.  

 

Importância da Botânica 

Compreender as características das plantas e conhecer a diversidade do grupo é fundamental para o trabalho de conservação ambiental. Por isso, o Dia Nacional da Botânica é uma data que busca divulgar a importância da flora e seu papel ecológico na estrutura dos ecossistemas e, assim, fomentar na sociedade a conscientização sobre a manutenção das biodiversidade em toda a sua complexidade.  

As plantas absorvem dióxido de carbono, logo, são imprescindíveis tanto para o equilíbrio do meio ambiente quanto para a mitigação das mudanças climáticas e redução da emissão dos gases do efeito estufa (GEE) que aceleram o processo de aquecimento global. Contudo, as contribuições não param por aí! 

Além de valores ambientais, a flora é primordial para questões sociais e econômicas. Isso porque as florestas equilibram os ecossistemas, regulando a temperatura e mantendo saudáveis os recursos hídricos, como as nascentes, além de fornecerem alimento aos animais e aos humanos. Os vegetais são ainda cruciais para as áreas médicas e farmacêuticas.  

 

Por meio do estudo botânico é possível conhecer mais a fundo a diversidade funcional das espécies e explorar seus múltiplos usos, como saber quais são mais apropriadas para a recuperação de uma determinada área degrada – tema este que é de suma importância na atualidade, uma vez que estamos na Década da Restauração de Ecossistemas, declarada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.  

Especificamente no Brasil, o déficit de áreas naturais é de 19,5 milhões de hectares, sendo que 6,8 milhões de hectares está na Mata Atlântica, o que representa 35% do total do déficit nacional.  

Considerada a segunda maior floresta brasileira, a Mata Atlântica possui atualmente apenas 24% da mata original, sendo que, somente 12,4% é de floresta madura e com alto grau de conservação. O Legado das Águas colabora com essa estatística, já que sua área de 31 mil hectares do bioma, representa 1% dos 22,9% remanescentes da floresta no Estado de São Paulo e faz parte do maior corredor ecológico do bioma, ao lado de diversas Unidades de Conservação. 

 

Flora do Legado das Águas 

Visando colaborar com a conservação da flora da Mata Atlântica e fomentar a restauração de áreas degradadas do bioma, o Legado das Águas criou seu Centro de Biodiversidade da Mata Atlântica (CBMA), um trabalho inédito no país, que promove a produção de plantas nativas e possui capacidade produtiva de 200 mil mudas por ano, de mais de 80 espécies distintas.  

Um diferencial do CBMA é a possibilidade de rastreabilidade, onde cada muda recebe um QR Code através do qual é possível verificar todo o seu caminho e etapas de produção realizadas, identificando suas matrizes. 

 

Outra frente de trabalho essencial da Reserva para a conservação da flora nativa é a pesquisa científica. Os estudos já realizados e o monitoramento realizados no território já registraram mais de 950 espécies vegetais, sendo 22 com alguma grau de ameaça.  

Além disso, na área do Legado das Águas, houve a redescoberta da Octomeria estrellensis, uma orquídea há mais de 50 anos considerada extinta da natureza, e a descoberta de uma nova espécie de orquídea, a Lepanthopsis legadensis.  

 

Botânica: mais do que plantas bonitas, estudo que contribui com o equilíbrio ecológico. Conheça, entenda e conserve-a! 

 

* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas. 

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