Papel das florestas para o fomento da qualidade do ar
Respirar ar puro é um direito de todos. Porém, dados oficiais indicam que esse bem não está no padrão de qualidade recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, o que respiramos, a longo tempo, pode ser uma ameaça à nossa saúde. E, a poluição é uma das principais propulsoras desse mal.
Conforme o documento “Poluição Atmosférica na Ótica do Sistema Único de Saúde – Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar”, do Ministério da Saúde, a poluição do ar está diretamente associada ao adoecimento e à morte. Não é à toa que, de acordo com a OMS, mundialmente, 4,2 milhões de pessoas morrem prematuramente por causa desse fator. Especificamente no Brasil, o órgão revela que 50 mil brasileiros vão a óbito anualmente dentro deste cenário.
Mas o que fazer para reduzir a poluição do ar e, consequentemente, aumentar sua qualidade?
Relação ar e florestas
Segundo o relatório “World Air Quality Report”, da IQAir, empresa que monitora a qualidade do ar no planeta, em conjunto com a OMS, em 2021, 97% das cidades mundiais analisadas no levantamento excederam as Diretrizes de Qualidade do Ar. Dos 33 municípios brasileiros inclusos no estudo, somente dois atenderam as diretrizes, que baseadas em evidências, buscam conscientizar os países a reduzirem a emissão de gases poluentes na atmosfera, os quais estão diretamente ligados às doenças cardiovasculares e respiratórias.
Para reverter essa realidade, além de políticas públicas e investimentos em tecnologias limpas, conservar as florestas, combatendo o desmatamento e as queimadas, é um dos principais caminhos.
As superfícies das árvores são capazes de absorverem o material particulado, isto é, mistura de partículas sólidas e gotas de líquidos encontrados na atmosfera que são prejudiciais aos pulmões. Já suas folhas são como filtros absorventes de gases poluentes. Conforme o artigo “O Papel das Florestas no Ciclo do Carbono”, da Universidade Federal de Viçosa, anualmente, 1 hectare de árvores sequestra 3,1 toneladas de carbono do ar. Além disso, o mesmo hectare produz o oxigênio necessário para a sobrevivência de 40 pessoas.
Nossa floresta
O Legado das Águas possui 31 mil hectares de Mata Atlântica em alto grau de conservação, ou seja, representa quase 1% dos 22,9% remanescentes do bioma no Estado de São Paulo. Além de abrigar inúmeras espécies de animais e floras nativas, muitas em algum grau de ameaça, a floresta da Reserva tem um papel importante para o fomento da qualidade do ar, uma vez que colabora assiduamente para a mitigação da poluição, aquecimento global e mudanças climáticas.
Esses auxílios acontecem por meio de diferentes ações pertencentes às estratégias de negócios do Legado, que juntas ajudam à neutralidade do clima. Com a manutenção de seu território, por exemplo, estima-se que o território da Reserva estoque 10 milhões de toneladas de carbono, por ser uma floresta madura (adulta). Além disso, dentro do serviço de restauração ecológica oferecido pelo Legado para outras áreas do mesmo bioma, a Reserva coopera com o sequestro de carbono, uma vez que uma árvore, em seus 20 primeiros anos, retira o carbono do ar, de forma com que quando madura, tenha metade de sua massa composta deste elemento.
Outro apoio ao equilíbrio ecológico e melhora do ar se dá pelo trabalho realizado no Centro de Biodiversidade. Por meio desta iniciativa inédita no país, o Legado cultiva até 200 mil plantas de diferentes espécies da Mata Atlântica que são destinadas, sobretudo, para a restauração ecológica e para projetos de paisagismo, levando assim o verde, e o que de melhor ele pode oferecer, de volta aos centros urbanos.
Esse trabalho de plantio de árvores também fomenta o combate à perda da biodiversidade. Desta forma, a interdependência floresta e seres vivos fica nítida, bem como a consequência desta relação: aumento da qualidade de vida terrestre.
Hoje, Dia Interamericano da Qualidade do Ar convidamos você a repensar em suas atitudes e em como elas afetam a manutenção das florestas e, logo, a promoção da qualidade do ar, bem essencial para todos.
As florestas são os pulmões do mundo, e nós precisamos deles para viver!
* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para o Legado das Águas.