Natureza de Criança e Legado das Águas promovem imersão de crianças cegas e que enxergam na Mata Atlântica

 em SALA DE IMPRENSA

Programa visa promover o contato com a natureza e a interação entre crianças com e sem deficiência visual 

O brincar livre na natureza durante a infância prepara para a vida, tanto que os benefícios físicos, mentais e emocionais têm sido foco de diversos estudos e pesquisas. Esse tipo de atividade também se tornou a frente de atuação de instituições sociais e iniciativas privadas. Um exemplo é a empresa Olhar com Todos os Sentidos, que com o programa Natureza de Criança proporciona o contato de crianças cegas e das que enxergam com ambientes naturais. Para ampliar a experiência, a terceira edição do programa será realizada, em 30 de novembro, em meio à Mata Atlântica conservada do Legado das Águas, que com sua diversidade de cheiros, formas, cores, sons e texturas é um verdadeiro “playground” sensorial. 

A ação no Legado das Águas tem dois principais objetivos: vivência imersiva na Mata Atlântica e a interação entre os pequenos. O grupo de onze crianças cegas e onze crianças visuais trocará percepções e experiências sobre o ambiente. Para aguçar os sentidos, a programação incluirá as atividades de ecoturismo da Reserva, entre elas: trilhas, caiaque, banho de rio e brincadeira com elementos da natureza. As crianças serão acompanhados pela família e cinco guias especialistas em inclusão na natureza.

Isabela Abreu, idealizadora do Natureza de Criança, explica que a escolha da Mata Atlântica para sediar a terceira edição do programa se deve às possibilidades sensoriais que o bioma pode oferecer. “A experiência de estar em meio a uma floresta conservada do bioma mais biodiverso do planeta é, sem dúvida, significativa em qualquer fase da vida. Mas para as crianças, que vivenciam com intensidade, pode ser transformador. A variedade de experiências na Mata Atlântica para estimular os sentidos é surpreendente”, diz. 

Mas por que crianças cegas na natureza? Isabela responde que os motivos são os mesmos pelos quais se deve levar crianças que enxergam: os benefícios ao desenvolvimento integral infantil. 

“Médicos e professores atualmente já indicam: ‘seu filho precisa brincar mais ao ar livre’. Os benefícios desse convívio são comprovados, sendo o desenvolvimento motor, cognitivo, criatividade, independência, socialização e equilíbrio emocional alguns deles. Para as crianças cegas, a distância de experiências na natureza é ainda maior. Estar em contato concreto com a natureza, tornando tangível o que ouvem nas histórias e nas experiências de muitos que enxergam, traz uma ampliação de repertório e vivência que contribui muito para o seu desenvolvimento integral”, explica. 

Isabela também conta que o programa visa colocar em contato crianças com e sem deficiência em uma experiência de troca e conhecimento. “Crianças cegas normalmente convivem entre elas, e as que enxergam muitas vezes não tem convívio algum com a diversidade. Ter a natureza como palco para essa interação é uma experiência muito rica. Ao promover este contato, contribuímos para o convívio com a diversidade e começamos desde cedo a criar indivíduos mais tolerantes e mais respeitosos”, diz. 

Isabela começou a trabalhar com a deficiência visual e natureza em 2002 com adultos cegos. Também já organizou programas com jovens com deficiência intelectual. Há cinco anos começou a trabalhar com crianças, e com o programa Natureza de Criança, além das experiências inclusivas, organiza atividades infantis na Amazônia e Lençóis Maranhenses, além de manter atividades que acontecem com regularidade nos parques da cidade de São Paulo, onde mora atualmente.

Ecoturismo acessível 

Desde 2017, quando o Legado das Águas deu início ao ecoturismo, a Reserva busca diversificar o portfólio com atividades que atendam a todos os públicos e faixas etárias. No quesito acessibilidade, duas são destaque: o Jardim Sensorial e a Trilha da Figueira Centenária, que possuem estrutura para pessoas com mobilidade reduzida e deficiência visual e dão acesso ao interior da floresta.

“Quando falamos em apreciar a natureza, há um pensamento condicionado de que a experiência só pode ser vivenciada com apenas um dos cinco sentidos: a visão. Não é assim. É para ser sentida, não apenas vista. Na natureza, você é a sua própria vivência”, afirma Frineia Rezende, gerente executiva da Reservas Votorantim.

Para o evento do Natureza e Criança, a programação inclui as atividades de ecoturismo que já integram o portfólio do Legado das Águas. 

“A parceria com a Olhar com Todos os Sentidos para realizar a terceira edição do Natureza de Criança é bastante significativa para o Legado. Ainda que seja comum recebermos crianças na Reserva, será a primeira vez que sediamos um evento com esse formato: interação entre crianças cegas as que enxergam no contexto da floresta. A proposta está muito em linha com os objetivos de ecoturismo, que é ser acessível para todos. Além disso, a ação tem um forte apelo de educação ambiental: a criança precisa da natureza, assim com a natureza precisa da criança, afinal, a gente só cuida daquilo que conhece, e só se protege o que ama. São as crianças as futuras guardiãs das nossas florestas, é importante que a conexão com a natureza se dê na primeira idade”, diz Frineia. 

Ecoturismo é remédio 

No Brasil, mais de 80% da população vive em cidades; São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, tem apenas 2,6 m² de verde por pessoa em boa parte da cidade – muito abaixo dos 12 m² preconizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) –; e estima-se que cerca de 14,1 milhões de pessoas tenham diagnóstico de transtornos ou sofrimentos mentais no país. Mas o que esses dados significam? 

Para a gerente executiva da Reservas Votorantim, “mostram que a vida está cada vez mais cinza e emparedada, nos roubando coisas difíceis de serem compradas, como o bem-estar”. Ela explica também que “cruzando esses dados, ainda que em estimativas modestas, podemos ver o quanto os gargalos são transversais. Seria irresponsável dizer que a natureza cura tudo. Mas há cada vez mais pesquisas para entender qual a porcentagem do papel da natureza na promoção da saúde mental e física”. 

Nesse sentido, a gerente explica que as frentes de atuação do Legado das Águas, como o paisagismo com espécies nativas que leva a Mata Atlântica de volta aos centros urbanos, e o ecoturismo são alternativas a esses cenários. “Estamos a poucos quilômetros de São Paulo, e somos ambiciosos. Certamente o Legado das Águas não é a solução para todas essas questões, mas queremos ser boa parte dela. Para nós, o ecoturismo é a reconexão das pessoas com a natureza. O tempo na floresta é investimento em saúde”. 

*Dados populacionais: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), censo 2010

*Dados de saúde: Ministério da Saúde e PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), 2013

*Dados sobre m² de verde per capita: Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, 2012

 

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim

O Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada à cidade de Curitiba (PR), é um dos ativos ambientais da Votorantim. Localizada na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a partir da década de 1940 e conservada desde então pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que manteve sua floresta e rica biodiversidade local com o objetivo de contribuir para a manutenção da bacia hídrica do Rio Juquiá, onde a companhia possui sete usinas hidrelétricas. Em 2012, o Legado das Águas foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo.
Hoje, o Legado das Águas é administrado pela empresa Reservas Votorantim, criada para estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável.

 

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