Legado das Águas abriga espécies raras e em perigo de extinção

O Legado das Águas é maior reserva privada de Mata Atlântica do país, um exemplo de conservação de espécies animais e de plantas nos seus 31 mil hectares de extensão. Desde 2012, foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e desenvolvimento de projetos de valorização e conservação da biodiversidade. Além disso, contribui, por meio de projetos de melhoria da educação e gestão pública, para o desenvolvimento social e econômico dos municípios onde está inserido, valorizando e fortalecendo a vocação da região para o turismo e agricultura.

No mapeamento do Legado das Águas já foram identificadas mais de 765 espécies de plantas, além de animais, que indicam o alto grau de conservação ambiental da Reserva, como a onça-parda, o macaco-muriqui – maior macaco das Américas -, o cachorro-vinagre e a raríssima anta albina, única encontrada em seu ambiente natural no mundo.

Para comemorar o dia Internacional da Biodiversidade, o Legado das Águas promoveu, no último final de semana, a primeira edição da Expedição pela biodiversidade, um evento para promover a ampliar a conexão entre pessoas que já possuem iniciativas focadas na conservação da diversidade biológica.

Laboratório na Mata Atlântica

A pesquisa científica apresenta bons dados no Legado das Águas. Os números mais recentes do levantamento realizado pelo Instituto Butantan, parceiro da reserva no estudo da herpetofauna, mostra que foram encontradas 12 espécies de serpentes. Três delas peçonhentas. Ainda foram registradas quatro espécies de lagartos, uma de quelônio (cágado-da-serra) e 34 de anfíbios divididos em nove famílias. A forte presença de anfíbios atesta a qualidade ambiental da região.

Já na pesquisa com avifauna foram catalogadas quatro novas espécies observadas dento do Legado das Águas, totalizando 291 pássaros. A observação de aves na reserva, atividade turística que atrai cada vez mais admiradores da natureza, contribuiu para essa identificação.

Os pesquisadores do Legado das Águas também avançaram no mapeamento da flora. Só no ano passado, foram listadas 208 espécies de orquídeas em 100 dias de atividades de campo. Dessas, 12 espécies estão ameaçadas de extinção e uma considerada extinta no estado de São Paulo há mais de 50 anos.

A Reserva avançou também no quesito fauna. O estudo com borboletas trouxe uma surpresa! De 2016 para 2017 as espécies observadas subiram de 65 para 182. A boa notícia é que, entre essas espécies, foi encontrada uma que jamais havia sido registrada no Estado de São Paulo: a Godartiana byses, uma espécie muito rara, endêmica de Mata Atlântica e importante indicadora de florestas bem conservadas.

“Cada nova descoberta no Legado das Águas é uma enorme conquista para nós. O registro de grande variedade de plantas e animais, incluindo alguns raros, reafirma que o nosso compromisso de conservar a área realmente traz resultados positivos para todo o ecossistema, que contribui para ampliar e compartilhar conhecimento científico”, afirma Frineia Rezende, gerente executiva da Reservas Votorantim.

Além das novas espécies, há dois anos a Reserva conta com um viveiro de mudas nativas com capacidade para produzir 200 mil mudas por ano, de aproximadamente 80 espécies diferentes, podendo fornecer plantas para recomposição florestal em Mata Atlântica e paisagismo, por exemplo.

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