Desenvolvimento do turismo no Vale do Ribeira

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O Plano de Turismo Integrado Regional (PTIR), envolvendo Juquiá, Miracatu e Tapiraí, foi desenvolvido, entre 2017 e 2018, dentro do Programa de Apoio a Gestão Pública (AGP), uma parceria entre Legado das Águas, o Instituto Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além de um diagnóstico completo sobre as potencialidades turísticas da região e da infraestrutura existente, o documento contém estratégias para suprir as necessidades e aumentar a visibilidade dos locais. O objetivo é mostrar que é possível se desenvolver e movimentar a economia local conservando o meio ambiente.

Potencial para atrair turistas é o que não falta. São 74 atrativos turísticos, sendo 56% naturais e 44% culturais. Desse total, 38% fica em Tapiraí, 37% está em Miracatu e 24% em Juquiá – 1% dos atrativos estão nos três municípios, juntos. A região também oferece 46 empreendimentos de hospedagens, sendo 58% deles em Tapiraí, e 63% estabelecimentos de alimentação, sendo 57% em Miracatu.

Entre 2018 e 2019 foram várias ações promovidas, a partir do PTIR, tais como: a reestruturação dos Conselhos Municipais de Turismo (Comturs), cursos de qualificação de marketing digital, capacitação de microempreendedores e empresas, agências de turismo, donos de restaurante e hotéis.

A partir das atividades desenvolvidas, de acordo com o plano, Juquiá e Miracatu – onde o engajamento foi maior – foram reconhecidos como Municípios de Interesse Turístico (MIT) pelo governo do Estado de São Paulo entre 2018 e 2019. Tapiraí obteve seu reconhecimento de MIT anterior ao PTIR, em 2017, a partir de consultoria contrata pelo Legado. Com isso, as cidades podem receber investimentos para obras e ações destinadas ao setor de turismo, por meio de convênios e acesso a fundos de fomento. Essas e outras conquistas despertaram o interesse de investidores do setor.

Este é o caso de Adriano Pereira dos Santos. Com apenas 25 anos, o jovem empreendedor, que também é vice-presidente do Comtur de Miracatu, abriu uma agência de turismo em junho do ano passado, depois aproximadamente sete anos trabalhando como guia turístico. “A nossa região estava esquecida. Agora, o fluxo de turistas tem aumentado. Não vejo o turismo em massa. Como é ecológico, o aumento da demanda tem que ser moderado, feito degrau a degrau para que a cidade possa acompanhar. Não podemos ter um “boom”, buscamos um crescimento sustentável”, ponderou. Para esse ano, o empresário estuda investir na riqueza da fauna da região com a criação de roteiros de observação de pássaros.

Além dos turistas, os avanços registrados pelo setor também despertaram a atenção de investidores para a região. “Tivemos a conquista do MIT, o lançamento do selo do turismo entre outras. Desde o início do plano de turismo, o panorama mudou muito. Estamos começando a colher os frutos das nossas ações com a melhoras para o setor e atraindo novos investimentos. Duas pousadas estão interessadas em se instalarem na cidade”, enfatizou Ronnie Ricardo Gonzaga de Castro, presidente do Comtur de Miracatu.

A importância da reestruturação do setor também foi destacada por Leila Alves, presidente da Banarte, de Miracatu. A associação, que produz artesanato a partir da fibra da bananeira, existe há mais de 20 anos, reconhecida dentro e fora do Brasil, é hoje um dos principais atrativos da região.

“É uma região rica em natureza, com um grande potencial a ser explorado e a nossa associação faz parte desse processo de desenvolvimento do turismo. Ao levarmos o nosso trabalho para fora, divulgamos também a região. Em uma semana chegou um grupo de 350 pessoas que movimentou toda a cidade, hotéis e padarias. O artesanato com a fibra da bananeira é só nosso e as pessoas querem conhecer como é feito. Com a estrutura para visitar a outros locais e onde se hospedar, essa estadia seria prolongada”, destacou.

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