Diversidade dos biomas brasileiros enriquece nossa gastronomia – Parte 2

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Já apresentamos aos leitores do blog alguns dos mais ricos biomas brasileiros e explicamos as contribuições de nossa biodiversidade para a gastronomia. Enquanto a Mata Atlântica resgata saberes tradicionais, com as espécies nativas sendo cultivadas por gerações em antigos pomares, sítios e encostas da Serra do Mar; a Amazônia se destaca pelos aromas e sabores exóticos que vêm da floresta, combinados a sua herança indígena.

Apesar de menores e com espécies menos abundantes do que a Amazônia e a Mata Atlântica, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e os Pampas também contribuem para a chamada cozinha de origem, tornando a gastronomia brasileira uma das mais ricas e apreciadas do mundo. Que tal conhecê-las um pouco melhor?

Caatinga: a fartura que vem da escassez

A escassez de chuvas torna a vegetação da caatinga, predominante na região nordeste do Brasil, seca e espinhosa. É desse solo árido que brotam ingredientes como o umbu e a coroa de frade. O primeiro é um fruto aromático de aspecto suculento e sabor agridoce. Já o segundo, usado em doces e bolos, é uma espécie de cacto.

Para a mesa, o sertanejo costuma levar pratos feitos com animais como bode e carneiro, muito presentes na região. Servida acompanhada de mandioca frita ou cozida, a carne de sol é a estrela dessa culinária, que inclui entre seus temperos diferentes tipos de pimenta.

Cerrado: o tempero da migração

Marcado por um clima seco e vegetação de arbustos e árvores baixas, o Cerrado se tornou um manancial de frutos, polpas e castanhas que além de saborosos, são também benéficos para a saúde. Não por acaso, seus ingredientes foram logo adotados pela indústria de nutrição avançada.

Entre as estrelas desse bioma, estão o perfumado pequi e a castanha de baru, que é fonte de ferro e zinco e cujo sabor lembra o do amendoim. A fruta amarela é rica em cobre e compõe alguns dos pratos mais famosos desse bioma: a galinhada e o arroz com pequi.

Pantanal e Pampas: simplicidade que cativa

Os dois últimos biomas brasileiros são também os menores em extensão e menos conhecidos.  Embora sejam menos abundantes que os anteriores, possuem ingredientes únicos e de sabor característico, como a carne de jacaré (do Pantanal) e a erva-mate (dos Pampas).

O pantanal é uma área de transição entre a região amazônica e o cerrado. Periodicamente, seus ecossistemas são inundados. Em sua simplicidade, a culinária pantaneira oferece variedade entre pratos que vão de massas, carnes e peixes. A região oferece o jatobá, uma vagem de polpa adocicada, e tem no arroz carreteiro, o seu carro-chefe.

A vegetação rasteira de relevo com topos mais planos caracteriza o bioma dos Pampas. É de lá que vem a erva aromática e de sabor amargo usada no chimarrão.

A cozinha gaúcha também tem influências da colonização italiana, alemã, espanhola e portuguesa. Entre seus pratos mais populares, estão os churrascos, muito populares na região, e o arroz de carreteiro – diferente do pantaneiro e feito em panela de ferro. Com sobras de carne e ovos mexidos, prepara-se a “Roupa-velha”, um clássico da culinária gaúcho.

Depois desse “passeio” pelos sabores da biodiversidade brasileira, não seria exatamente uma surpresa ficar com água na boca, após a leitura. Você conhece algum prato típico feito com ingredientes de algum bioma brasileiro? Compartilhe suas experiências gastronômicas nos comentários!

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